As iminentes regulamentações de criptografia da UE estão levantando alarmes sobre possíveis interrupções na liquidez do mercado, à medida que as bolsas se preparam para cumprir os novos requisitos da estrutura dos Mercados de Criptoassets (MiCA), informou a Bloomberg News em 20 de dezembro.
As regras, que entrarão em vigor em 30 de dezembro, determinam a retirada do USDT da Tether, a stablecoin mais usada no mundo, das plataformas regulamentadas pela UE.
O MiCA visa reforçar a transparência e dissuadir atividades financeiras ilícitas, exigindo que os emissores de moeda estável garantam licenças de dinheiro eletrônico, mantenham reservas significativas e supervisionem as transações relacionadas a pagamentos.
No entanto, a Tether Limited ainda não obteve tal licença, o que levou à sua remoção das exchanges de criptomoedas que operam na UE.
Desafios de liquidez no horizonte
O papel dominante do USDT em pares de negociação de criptomoedas tornou-o uma pedra angular da liquidez global. Espera-se que a ausência da stablecoin no mercado da UE perturbe a atividade comercial e aumente os custos para os investidores que dependem dela para movimentar fundos de forma eficiente.
De acordo com o CEO da 3iQ Corp, Pascal St-Jean:
“Uma grande proporção de ativos criptográficos é negociada contra o USDT da Tether. Forçar os investidores a mudar para outras stablecoins ou moedas fiduciárias introduz ineficiências e aumenta os custos de transação.”
Bolsas como a OKX, que retirou o USDT da Europa no início deste ano, relataram uma mudança em direção a pares de negociação fiduciários entre os usuários. Apesar desta adaptação, os participantes no mercado continuam preocupados com a redução da liquidez e a potencial fragmentação da atividade comercial.
A postura regulatória rigorosa da UE surge num momento de crescente otimismo nos EUA, onde as políticas pró-criptomoedas do presidente eleito Donald Trump dinamizaram o mercado.
Embora o MiCA tenha sido concebido para aumentar a transparência e coibir atividades ilícitas, os críticos argumentam que corre o risco de empurrar os comerciantes e fornecedores de liquidez para jurisdições menos restritivas. Os analistas alertam que os esforços da Europa para reforçar os controlos podem minar a sua competitividade no mercado global de criptografia.
Sinais mistos
Apesar dos desafios, o Banco Central Europeu relatou recentemente uma duplicação da propriedade de criptomoedas na zona euro desde 2022, com 9% da população a possuir agora ativos digitais.
No entanto, o investimento de capital de risco em startups criptográficas europeias diminuiu, atingindo o seu nível mais baixo em quatro anos. Esta tendência realça preocupações mais amplas sobre a capacidade da região para atrair inovação e investimento sob quadros regulamentares mais rigorosos.
Embora os regulamentos visem garantir maior estabilidade e transparência do mercado, o seu impacto imediato na liquidez e na confiança dos investidores poderá testar a capacidade do bloco de manter a competitividade no ecossistema de ativos digitais em rápida evolução.
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source – cryptoslate.com