Em mais uma repressão às grandes empresas de tecnologia, a China as instruiu a não oferecer acesso aos serviços ChatGPT em suas plataformas, seja diretamente ou por meio de terceiros, disseram pessoas com conhecimento direto do assunto ao Nikkei Asia.
A repressão de Pequim ao ChatGPT, o imensamente popular chatbot com inteligência artificial, não surpreende muitos na indústria de tecnologia da China.
A mídia estatal chinesa criticou o chatbot por espalhar ‘desinformação’ do governo dos EUA em meio ao crescente alarme em Pequim sobre as respostas sem censura do chatbot com inteligência artificial às perguntas dos usuários, informou o Nikkei Asia.
Na segunda-feira, a mídia estatal China Daily disse em um post no Weibo, o equivalente fortemente censurado do Twitter na China, que o chatbot “poderia ajudar o governo dos EUA em sua disseminação de desinformação e manipulação de narrativas globais para seu próprios interesses geopolíticos”.
A Tencent Holdings e o Ant Group, afiliado fintech do Alibaba Group Holding, foram instruídos a não oferecer acesso aos serviços ChatGPT em suas plataformas.
As fontes acrescentaram que as empresas de tecnologia também precisarão se reportar aos reguladores antes de lançar seus próprios serviços semelhantes ao ChatGPT.
O ChatGPT, desenvolvido pela OpenAI, startup apoiada pela Microsoft, não está oficialmente disponível na China, mas alguns usuários da Internet conseguiram acessá-lo usando uma rede privada virtual (VPN), informou o Nikkei Asia.
Também houve dezenas de “miniprogramas” lançados por desenvolvedores terceirizados no aplicativo de mídia social WeChat da Tencent que afirmam oferecer serviços do ChatGPT.
Sob pressão regulatória, a Tencent suspendeu vários desses serviços de terceiros, independentemente de estarem conectados ao ChatGPT ou serem de fato imitadores, disseram pessoas familiarizadas com o assunto ao Nikkei.
Esta não é a primeira vez que a China bloqueia sites ou aplicativos estrangeiros. Pequim proibiu dezenas de sites e aplicativos importantes dos EUA.
Entre 2009 e 2010, passou a bloquear Google, Facebook, YouTube e Twitter. Entre 2018 e 2019, instituiu proibições no Reddit e na Wikipedia.
A última ação dos reguladores ocorre em meio a uma reação oficial contra o ChatGPT. Fontes da indústria de tecnologia dizem que não estão surpresas com tal repressão, informou o Nikkei Asia.
“Nosso entendimento desde o início é que o ChatGPT nunca poderá entrar na China devido a problemas com a censura, e a China precisará de suas próprias versões do ChatGPT”, disse um executivo de uma empresa líder em tecnologia.
Um executivo de outro importante player de tecnologia chinês disse que, mesmo sem um aviso direto, sua empresa não usaria o ChatGPT, informou o Nikkei Asia.
“Já fomos alvo do regulador chinês [amid the tech industry crackdown in recent years]portanto, mesmo que não houvesse tal proibição, nunca tomaríamos a iniciativa de adicionar o ChatGPT às nossas plataformas porque suas respostas são incontroláveis”, disse a pessoa.
“Haverá inevitavelmente alguns usuários que farão perguntas politicamente sensíveis ao chatbot, mas a plataforma será responsabilizada pelos resultados.”
Desde que o ChatGPT conquistou o mundo da tecnologia, os gigantes tecnológicos chineses, incluindo Tencent, Alibaba e Baidu, correram para revelar seus próprios planos para o desenvolvimento de serviços semelhantes ao ChatGPT.
Essas empresas têm sido cautelosas ao redigir seus anúncios, no entanto, com todas elas enfatizando que seus serviços são semelhantes ao ChatGPT, mas não integram o próprio ChatGPT, informou o Nikkei Asia.
A repressão da China ao ChatGPT ocorre quando as tensões entre as duas maiores economias do mundo continuam a aumentar.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse no início desta semana que novas informações sugerem que Pequim poderia fornecer “apoio letal” à Rússia na guerra da Ucrânia, provocando preocupações sobre uma nova Guerra Fria. O Ministério das Relações Exteriores da China disse que as alegações eram falsas e acusou Washington de espalhar mentiras.
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