Rapper vencedor do Grammy Prakazrel “Pras” Michel, mais conhecido como membro do grupo de hip-hop dos anos 90 Fugees, embolsou centenas de milhões de dólares malaios desviados em troca de uma campanha de influência estrangeira contra o governo dos EUA, disse a advogada do Departamento de Justiça Nicole Lockhart aos jurados na quinta-feira manhã.
Em uma entrevista recente com Michel abordou o gigante jurídico em que se encontra no centro – e inclui uma investigação de uma década que envolve uma série de figuras públicas, incluindo duas das últimas três administrações presidenciais, Leonardo DiCaprio, Goldman Sachs e o magnata dos cassinos Steve Wynn.
“Que benefício eu teria tentando infringir as leis? Não vale a pena para mim”, disse ele antes de sua acusação. “Eu sou como um pária agora. Tenho amigos que não querem falar comigo porque acham que há um satélite em órbita ouvindo-os.”
“O réu precisava de dinheiro e estava disposto a fazer qualquer coisa para obtê-lo, inclusive ser um agente do governo chinês”, afirmou Lockhart durante a argumentação inicial do governo no julgamento de conspiração federal. “O réu queria dinheiro e estava disposto a quebrar todas as leis necessárias para receber o pagamento.”
Michel está sendo julgado por vários crimes no tribunal federal em Washington, DC, alegando sua participação em uma conspiração para fazer contribuições ilegais de campanha usando dinheiro estrangeiro, adulteração de testemunhas e falha em se registrar como agente da China. Ele se declarou inocente das acusações, a mais grave das quais acarreta uma pena máxima de 20 anos de prisão.
Lockhart disse ao tribunal que a acusação ligará Michel ao financista malaio Jho Low, suspeito de desviar mais de US$ 4,5 bilhões do fundo soberano da Malásia conhecido como 1MDB (1 Malaysian Development Berhad), e uma campanha de influência do governo chinês destinada a extraditar o rico bilionário fugitivo Guo Weng.
O rapper está sendo julgado por 11 acusações, incluindo várias acusações de conspiração pelo que a promotoria afirma serem três esquemas de lobby separados para trazer “influência estrangeira secreta e ilegal” durante as administrações dos ex-presidentes Barack Obama e Donald Trump. Michel negou as acusações.
“Este é um caso sobre dinheiro estrangeiro, influência e ocultação”, disse Lockhart em Washington na quinta-feira. Lockhart acrescentou que o caso destacará “intrigas políticas, negociações de bastidores … telefones descartáveis e mentiras”.
source – www.rollingstone.com