O BNY Mellon está tomando medidas significativas para entrar no mercado de custódia de criptomoedas, especialmente para fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin e Ethereum, após garantir uma isenção da SEC, informou a Bloomberg News em 24 de setembro.
De acordo com o relatório, o BNY Mellon recebeu uma isenção do Staff Accounting Bulletin 121 (SAB 121) da SEC durante uma revisão do Office of the Chief Accountant. Essa isenção permite que o banco classifique as participações de cripto dos clientes de forma diferente, o que significa que eles não precisam tratar esses ativos como passivos corporativos.
Essa mudança operacional pode capacitar bancos mais tradicionais a oferecer serviços de custódia de criptomoedas, uma prática que permaneceu amplamente inacessível a eles até agora. O desenvolvimento também posiciona o BNY Mellon para desafiar o domínio atual da Coinbase na gestão de ativos de criptomoedas e se baseia nas ambições de custódia de criptomoedas da empresa.
Perturbação
A mudança para fornecer serviços de custódia para ETFs spot de Bitcoin e Ether pode perturbar significativamente o cenário atual do mercado, onde a Coinbase supervisiona a maioria dos ETFs de criptomoedas de Wall Street, incluindo aqueles para grandes gestores de ativos como a BlackRock, que administra cerca de US$ 10 trilhões em ativos.
Atualmente, o papel da Coinbase a posicionou como líder na custódia de ativos digitais para esses fundos, mas a entrada do BNY Mellon pode aumentar a concorrência e oferecer mais opções aos clientes.
O BNY Mellon demonstrou forte interesse no setor de custódia de criptomoedas desde o início de 2023. Em janeiro daquele ano, o CEO Robin Vince destacou os ativos digitais como parte da visão estratégica de longo prazo da empresa durante uma teleconferência de resultados, observando a crescente demanda por serviços de ativos digitais entre clientes institucionais.
Analistas estimam que o mercado de custódia de criptomoedas está se expandindo em aproximadamente 30% ao ano e está atualmente avaliado em US$ 300 milhões. Se essa trajetória de crescimento continuar, o mercado pode ultrapassar US$ 1 bilhão até 2032, com um aumento anual de cerca de US$ 90 milhões.
Obstáculos regulatórios
Apesar da perspectiva promissora, os desafios regulatórios continuam sendo uma preocupação significativa para o BNY Mellon, que busca se estabelecer no espaço de custódia de criptomoedas.
Legisladores, incluindo o congressista Patrick McHenry e a senadora Cynthia Lummis, expressaram preocupações sobre a transparência das interações entre a equipe da SEC e empresas privadas.
Em uma carta bicameral endereçada à SEC e outros reguladores, eles citaram reuniões privadas que supostamente discutiram isenções do SAB 121. Não está claro se a isenção do BNY Mellon fazia parte dessas discussões, levantando questões sobre o cenário regulatório que governará as atividades do banco no mercado de criptomoedas.
O sucesso do BNY Mellon dependerá em grande parte de sua capacidade de navegar no complexo ambiente regulatório, ao mesmo tempo em que capitaliza a crescente demanda por serviços de ativos digitais entre investidores institucionais.
Mencionado neste artigo
source – cryptoslate.com