Os negócios da Xiaomi na Índia enfrentaram alguns golpes significativos no ano passado e, no desenvolvimento mais recente, a gigante dos celulares está eliminando o Zili, um de seus populares aplicativos de consumo. O aplicativo de vídeo de formato curto, um clone do TikTok que teve milhões de downloads na Índia depois que este último foi banido do país, ficará offline em 13 de março.
A Zili anunciou o desligamento por meio de um aviso no aplicativo. Ele disse que a mudança foi “devido a um ajuste operacional” sem dar mais detalhes. Já fechou o site do app.
O aplicativo pedia aos usuários que baixassem e armazenassem seu conteúdo offline e resgatassem seus pontos de recompensa “Z-Points” antes da data de desligamento.
Todos os dados do usuário serão excluídos dos servidores da Zili após essa data, “e não serão mais recuperáveis”, disse o aviso do aplicativo.
Lançado em 2018, o Zili experimentou um crescimento substancial após a proibição do TikTok na Índia em 2020.
Os dados da Sensor Tower na época sugeriam que os downloads do Zili dispararam para 8 milhões em três semanas após a proibição do TikTok, marcando um aumento substancial em relação aos 3 milhões de downloads anteriores. O aplicativo acumulou mais de 100 milhões de downloads até o momento, de acordo com sua listagem no Google Play. Um grande impulso para isso foi que ele veio pré-instalado em telefones Xiaomi recentes, expandindo ainda mais sua base de usuários e aumentando o envolvimento do usuário.
A Xiaomi não respondeu a um pedido de comentário.
Após a proibição do TikTok na Índia, o Zili não foi o único aplicativo de vídeo curto que experimentou um aumento no número de usuários. Vários outros aplicativos testemunharam um crescimento semelhante quando as startups indianas introduziram suas alternativas TikTok para preencher o vazio.
No entanto, esta fase de crescimento foi de curta duração. Aplicativos como o Trell, apoiado pela Sequoia, viram um declínio no uso após o aumento inicial; e como a consolidação atingiu o mercado de aplicativos de vídeo curto no país, o ShareChat, apoiado pela Tiger Global, e o serviço de streaming de vídeo sob demanda da Times Internet, MX Player, fundiram seus aplicativos de vídeo curto Moj e MX TakaTak. Também não ajudou o fato de grandes empresas de tecnologia, como Google e Meta, também terem começado a capturar uma parcela significativa da demanda do mercado.
A Zili também desfrutou de um aumento inicial de atenção após a proibição do TikTok na Índia, mesmo quando a empresa controladora Xiaomi começou a enfrentar suas próprias disputas políticas, com alguns de seus aplicativos – especificamente o Mi Browser e o Mi Video Call – também sendo banidos pelo governo indiano.
Se a notícia do encerramento do aplicativo se deve a um motivo semelhante ou a outra coisa, é notável que a Xiaomi esteja enfrentando um crescente escrutínio na Índia. A fabricante de smartphones enfrenta atualmente desafios para manter sua posição de liderança no mercado indiano e melhorar o gerenciamento de estoque. No ano passado, a Xiaomi também descontinuou seus serviços financeiros no país “como parte da atividade anual de avaliação estratégica” e “para maior foco” em seus “principais serviços de negócios”. Fechar a Zili significará mais um desempate para a Xiaomi no país.
source – techcrunch.com