Três décadas depois que os motores da Fórmula 1 rugiram na pista africana, a África do Sul está montando uma tentativa de organizar um novo Grande Prêmio e trazer o campeonato mundial de volta ao continente. A competição para sediar o espetáculo de alta octanagem está entre duas faixas: um circuito de rua na Cidade do Cabo e a pista de corrida de Kyalami menos pitoresca, mas histórica, fora de Joanesburgo. Um comitê criado pelo ministro do Esporte, Gayton McKenzie, escolherá a oferta vencedora no terceiro trimestre do ano, disse à AFP, membro do comitê, Mlimandlela Ndamase.
McKenzie está confiante nas chances da África do Sul.
“O Grande Prêmio está definitivamente chegando em 2027, sem dúvida”, disse ele no início de fevereiro.
“Seja a Cidade do Cabo ou Joburg, não nos importamos enquanto o Grande Prêmio estiver chegando à África do Sul”.
O desafio do circuito Kyalami-que ziguezague a cerca de 30 quilômetros (20 quilômetros) fora de Joanesburgo e onde a pista é pintada com uma enorme bandeira sul-africana colorida-uma vez hospedou corridas de mordidas de unhas e motoristas lendários.
Mas o último Grande Prêmio em solo africano foi realizado em 1993, no ano anterior às primeiras eleições democráticas da África do Sul que terminaram o apartheid. Foi conquistado por Alain Prost em um Williams.
Retorno pós-apartheid?
A tentativa da África do Sul de sediar a F1 pode contar com o apoio do sete vezes campeão mundial de Lewis Hamilton, que há muito tempo defende um Grande Prêmio Africano.
“Não podemos adicionar corridas em outros locais e continuar a ignorar a África”, disse Hamilton em agosto passado.
Sob a liderança da Conglomerada Liberty Media, que comprou o grupo de Fórmula 1 em 2017, o esporte quer “ir a todos os continentes”, disse o especialista Samuel Tickell, da Universidade de Munster, na Alemanha.
Retornar à África do Sul seria “algo muito importante para a Fórmula 1, que não corre lá desde o final da era do apartheid”, disse ele à AFP.
O esporte viveu alguns “momentos históricos” no país, disse Tickell, incluindo uma greve ameaçada liderada por Niki Lauda em 1982 contra uma corrida de “superlicência” restringindo a liberdade contratual dos motoristas.
A África do Sul também possui o único campeão mundial do continente, Jody Scheckter, da Ferrari, em 1979.
Criar uma corrida no continente não exigiria excluir outros locais, pois o calendário F1 está sempre se expandindo. A próxima temporada conta mais sete Grand Prix do que em 2009, por exemplo.
Os custos organizacionais e taxas de hospedagem também não seriam um obstáculo, disse Simon Chadwick, professor de esporte e economia geopolítica da Skema Business School, em Paris.
“Mesmo que as raças não sejam comercialmente viáveis, para alguns países e seus apoiadores, isso não importará porque é uma recompensa estratégica”, disse ele.
A China, por exemplo, “há muito tempo construi infraestrutura esportiva para os países africanos em troca de acesso a seus recursos naturais”, afirmou.
A pista de corrida de Joanesburgo Kyalami é certificada como série 2, apenas um nível abaixo do necessário para uma corrida de F1 e exigirá algum trabalho para sediar um evento.
Ruanda ‘Position Pusion’
Um circuito alternativo que disputava a prestigiado corrida serpenteava pelas ruas da Cidade do Cabo, recentemente classificou a revista “Best City in the World” pela Time Out.
Cervando ao redor do estádio construído para a Copa do Mundo de Futebol Masculino de 2010, à sombra da principal montanha do leão do leão, com vista para o oceano, a rota já sediou uma corrida de Fórmula E em 2023.
Um circuito da F1 Street na cidade “superaria o Mônaco”, disse o CEO do Grande Prêmio da Cidade do Cabo, Igshaan Amlay.
No entanto, a verdadeira batalha pode ser menor entre as duas cidades rivais do que contra Ruanda, cujo presidente Paul Kagame estava no Grande Prêmio de Cingapura em setembro para encontrar o órgão governamental do esporte, o proprietário da FIA e a F1 Liberty Media, disse Chadwick.
O país da África Central já patrocina o Arsenal e o Paris Saint-Germain Football Giants e é parceiro da NBA.
“Ruanda está na pole position”, disse Chadwick.
O Marrocos também tem há muito tempo ambições de hospedar uma corrida de F1.
Ainda assim, nada impede que dois GPs sejam mantidos no continente, com o ministro do Esporte da África do Sul perguntando: “Por que, quando se trata da África, somos tratados como se pudéssemos conseguir um?”
A oferta de F1 de Ruanda poderia ser dificultada por seu envolvimento no conflito na República Democrática do Leste do Congo. As chamadas já estão aumentando para retirar o Campeonato Mundial de Estradas de Ciclismo, planejado em Kigali em setembro.
(Exceto pela manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada em um feed sindicalizado.)
source – sports.ndtv.com