O YouTube pode enfrentar acusações criminais na Europa por supostamente espionar usuários, segundo um relatório. A plataforma de streaming de vídeo de propriedade da Alphabet introduziu recentemente restrições aos bloqueadores de anúncios no serviço, impedindo que usuários que usaram extensões de navegador específicas visualizem vídeos. Um consultor de privacidade, que considerou o novo sistema do Google para bloquear anúncios ‘spyware’, está agora a preparar uma queixa contra o Google ao abrigo da lei irlandesa, por detectar bloqueadores de anúncios nos computadores dos utilizadores, semanas depois de apresentar uma queixa civil à Comissão Irlandesa de Protecção de Dados.
O consultor de privacidade Alexander Hanff está apresentando uma queixa contra o YouTube sob a lei de abuso de computador da Irlanda, relata o The Register. A Polícia Nacional da Irlanda teria reconhecido a queixa do consultor e procurado mais informações. De acordo com Hanff, o sistema de interrogação do navegador do serviço de streaming de vídeo – scripts de rastreamento projetados para identificar bloqueadores de anúncios em uso em um navegador – equivale a espionar cidadãos na UE.
No mês passado, o YouTube começou a reprimir os bloqueadores de anúncios em todo o mundo, incentivando os usuários a permitir anúncios na plataforma de streaming de vídeo ou a optar pela assinatura YouTube Premium da empresa. Dias depois de informar aos usuários que o uso de bloqueadores de anúncios não seria permitido no serviço, a empresa aumentou o preço das assinaturas do YouTube Premium em sete países — os assinantes existentes têm um período de carência de três meses antes de serem cobrados a nova taxa de assinatura, de acordo com a empresa.
Hanff também disse ao The Register que acreditava que o script usado pelo YouTube para detectar bloqueadores de anúncios foi implantado com um propósito – monitorar seu comportamento (se os anúncios podiam ser carregados em seu navegador) sem seu conhecimento ou autorização – considerando-o spyware.
De acordo com o relatório, o consultor optou por apresentar uma queixa criminal contra o gigante das buscas devido ao péssimo histórico dos reguladores na aplicação da Diretiva de Privacidade e Comunicações Eletrônicas (ou Diretiva de Privacidade Eletrônica) que entrou em vigor em 2002.
A decisão de Hanff de registrar uma queixa criminal ocorre logo depois que ele apresentou uma queixa civil à Comissão Irlandesa de Proteção de Dados contra o novo serviço de interrogatório de navegador da plataforma de streaming de vídeo. O Google deve agora fornecer uma resposta à comissão sobre as alegações feitas pelo consultor de privacidade, segundo o relatório.
source – www.gadgets360.com