O Banco de Compensações Internacionais (BIS) emitiu um alerta severo sobre o potencial de fragmentação e o risco de domínio por empresas privadas dentro do metaverso nascente, enfatizando o papel crucial das políticas públicas na salvaguarda do futuro deste ecossistema digital.
Num relatório abrangente publicado em 7 de fevereiro, o cão de guarda destacou como a promessa de revolução económica do metaverso em setores como jogos, comércio eletrónico e educação pode ser comprometida sem supervisão estratégica para garantir acesso equitativo, privacidade de dados e proteções robustas ao consumidor. .
Além disso, o BIS apelou a um esforço concertado entre reguladores globais, bancos centrais e decisores políticos para elaborar regulamentos que promovam a inovação, protejam os utilizadores e mantenham a integridade das transações digitais.
De acordo com o BIS:
“A emergência do metaverso é um apelo à ação para que os decisores políticos preparem as nossas economias digitais para o futuro.”
O relatório também destaca o papel das Moedas Digitais do Banco Central (CBDCs) em garantir que o metaverso “continue sendo uma plataforma aberta e interoperável, livre do controle de qualquer entidade única”.
Riscos de domínio
O relatório do BIS investiga as implicações dos serviços no metaverso, abordando vários aspectos, incluindo o papel dos serviços de pagamento e os potenciais desafios e oportunidades apresentados por este novo ecossistema digital.
Ele discute o potencial de fragmentação dentro do metaverso. Enfatiza a necessidade de um esforço concertado para evitar que os ambientes virtuais e o dinheiro se tornem fragmentados e dominados por poderosas empresas privadas.
O relatório defende sistemas de pagamento mais eficientes e interoperáveis que possam satisfazer as exigências dos utilizadores, destacando a importância dos bancos centrais e dos reguladores financeiros na compreensão e influência na escolha dos instrumentos de pagamento dentro do metaverso.
O BIS sugere reforçar os esforços para promover a interoperabilidade entre os sistemas de pagamento para evitar a fragmentação e garantir que o metaverso continue a ser uma plataforma competitiva e inclusiva. Esta abordagem visa evitar um cenário em que o espaço digital seja dominado por algumas grandes entidades, potencialmente sufocando a inovação e restringindo o acesso.
A ênfase está na necessidade de um quadro regulamentar que apoie pagamentos eficientes, privacidade de dados, propriedade digital e proteção do consumidor, promovendo assim uma economia digital mais equitativa e acessível.
O papel dos CBDCs
O relatório do BIS também posiciona os CBDCs como um elemento central no desenvolvimento da infra-estrutura financeira do metaverso, destacando o seu potencial para fornecer soluções de pagamento seguras, eficientes e interoperáveis que podem ter um impacto significativo no panorama económico e regulamentar dos ambientes virtuais.
O documento observa que mais bancos centrais estão explorando o design de CBDCs, com vários pilotos em operação. Distingue entre CBDCs de varejo, que seriam diretamente acessíveis às famílias e empresas (potencialmente com serviços prestados por bancos e fornecedores de carteiras digitais não bancárias), e CBDCs de atacado, que estão confinados a instituições financeiras e poderiam apoiar depósitos tokenizados e a tokenização de ativos reais e financeiros.
Uma ênfase significativa é colocada no potencial dos CBDCs para facilitar pagamentos transfronteiriços muito mais rápidos e baratos, melhorando o atual sistema bancário correspondente. Isto pode ser particularmente importante para o metaverso, onde os usuários provavelmente estão baseados em múltiplas jurisdições. Os acordos multi-CBDC poderiam permitir transações mais rápidas e mais económicas entre as moedas fiduciárias de diferentes utilizadores.
O relatório menciona projetos como mBridge e Icebreaker como iniciativas que exploram a viabilidade e a promessa de plataformas partilhadas para pagamentos transfronteiriços em várias moedas, destacando o potencial dos CBDCs para melhorar os sistemas de pagamento dentro do metaverso.
O relatório argumenta que, embora as criptomoedas e outros tokens tenham sido propostos por muitos promotores de aplicações do metaverso, os sistemas de pagamento rápido de varejo (FPS), CBDCs ou depósitos tokenizados poderiam cumprir funções semelhantes.
O órgão de fiscalização enfatizou a importância de as autoridades públicas decidirem quais instrumentos serão mais amplamente utilizados e garantir que os novos mundos virtuais apoiem a concorrência, a interoperabilidade, a proteção do consumidor e os princípios de privacidade de dados.
source – cryptoslate.com